sábado, 19 de dezembro de 2009

Feliz Ano Novo!!!

Hoje acordei inquieta...
Aliás, ando inquieta há algum tempo já.
To com vontade de mudar tudo de novo.
Mudar de cidade
Mudar de amigos

Seria uma decorrência natural por estarmos no fim do ano ou seria uma nova crise pessoal que se instalou em mim? Só sei que a insatisfação está imensa.

Olha só que coincidência: peguei um dos meus livros preferidos, Mulheres que correm com os Lobos e abri numa página aleatoriamente escolhida. Encontrei ali a mensagem que traduz exatamente o que sinto... incrível!:

"Se você tentou se adaptar a qualquer tipo de forma e não conseguiu, talvez você tenha muita sorte. (...) É pior ficar ali onde não nos sentimos bem do que vaguear perdida por um período em busca da afinidade psíquica e profunda de que precisamos. NUNCA É ERRADO IR À PROCURA DO QUE PRECISAMOS. NUNCA MESMO. Há algo útil em toda essa tensão. (...) Embora o isolamento não seja algo que se deseje por ser divertido, provém dele um ganho inesperado. As dádivas do isolamento são inúmeras. Ele elimina a fraqueza com os golpes. Ele erradica as lamentações, proporciona um insight penetrante, aguça a intuição, assegura o poder incisivo de observação e de visão de perspectiva jamais alcançados pelas pessoas "aceitas". Ele faz com que tenhamos um anseio maior no sentido de liberar nossa própria natureza e provoca em nós um desejo intenso por uma cultura que combine com essa natureza. Só esse anseio, esse desejo ja faz a pessoa prosseguir."

É exatamente esse o anseio que estou sentindo. Aqui onde estou me sinto fora de lugar. Preciso tomar alguma providência urgentemente!

Tudo isso se dá num cenário muito favorável. Apesar de estar separada há 5 anos, somente agora assinei meu divórcio. Parece que esse ato simbólico me jogou na cara uma liberdade nunca vivida antes. EU ESTOU LIVRE!!!! Posso fazer o que bem entender, na hora que quiser, com quem quiser. Isso é muito novo pra mim, que vivi a vida toda com pessoas dependendo de mim, me fazendo cumprir tarefas, horários, metas, etc desde muito cedo na vida. Tenho o mundo a descobrir e estou adorando!!!!! Quero abraçar essa sensação e saboreá-la até a última gota e, se for o caso, ficar embriagada.

Outra coisa favorável: hoje sou mais madura, tenho alguma sabedoria de vida, sei separar melhor o que é bom e ruim para mim. Estou num processo de autoconhecimento ferrado há algum tempo, justamente por estar vivendo sozinha há algum tempo. Esse ano foi muito rico para meu desenvolvimento pessoal. Ficar totalmente sozinha na vida, sem um homem ao meu lado, sem minha família, longe dos meus filhos foi muito difícil. Tive de constatar muita coisa que antes fingia não enxergar. Tive muito medo. Chorei muito, emagreci, perdi minhas forças, sofri. Vivi um ano de forma bastante introspectiva, solitária. Fiquei longos períodos enfurnada no meu canto refletindo, lendo e curtindo a companhia de alguns poucos e selecionadíssimos amigos. A vida social existiu, claro, mas ela me cansava... Não tenho paciência para os papos fúteis das pessoas.

Hoje posso dizer que o pior já passou. Estou mais leve, mais confiante, otimista, me permitindo levantar a cabeça para olhar a vida e viver novas experiências, novos contatos. E por incrível que pareça, algumas pessoas interessantes têm se aproximado de mim e me mostrado que há gente de todo tipo no mundo. Basta encontrarmos a nossa praia, aquela em que a nossa natureza selvagem possa florescer e viver feliz.

Agora só me resta planejar, pensar, analisar opções, pavimentar o caminho para me lançar ao desconhecido novamente. Já fiz isso antes e provavelmente farei melhor agora, mais experiente. O medo do desconhecido vai tentar me paralisar, me fazer recuar e insistir no desconfortável mundo onde tudo é conhecido mas insuficiente. Como faço para encontrar o meu lugar? Como ter coragem para me lançar nessa procura? Confio que o impulso de vida que tenho dentro de mim vai me ajudar, pois ele não me deixa ficar acomodada.

Que o novo ano me traga coragem, sabedoria e sorte para encontrar bons caminhos para a minha vida!!!

A liberdade é a possibilidade do isolamento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo. - Fernando Pessoa




sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Eu quero ter tudo na vida

Outro dia, conversando com um amigo, falávamos sobre ter tudo na vida. Ele me dizia que para ele a vida só vale a pena se a gente puder ter tudo, sem abrir mão de nada (ou algo assim).

A gente vive ouvindo a toda hora que "nao dá pra ter tudo na vida". E é desse paradigma que ele discorda. Esse papo não me sai da cabeça e desde então tenho refletido muito sobre o assunto. Num primeiro momento minha reação foi reafirmar que não é possível ter tudo na vida e eu me remeti imediatamente à minha estória de vida, claro, pois não saberia opinar sobre a de outra pessoa.

A minha vida foi primordialmente pautada pela dedicação ao outro. Certos ou não, os caminhos se foram fazendo sem que eu tivesse tido forças e determinação para escolhê-los 100% de acordo com as minhas convicções, o meu jeito de ser e minhas intuições.

Minha maior e até o momento única realização na vida são os meus dois filhos. Não foi fácil tê-los tão nova, inexperiente, mas não sem consciência da imensa responsabilidade que é ter uma vida dependendo de mim, o que dirá duas vidas? Esse foi o maior desafio que tive de enfrentar na vida e aconteceu quando eu tinha apenas 20 anos. Eu jamais recomendaria isso para minha filha! Pelo menos não aos 20 anos. Felizmente ela já está com 22...

Sou forçada a usar uma encruzilhada dessas como exemplo de que não dá pra ter tudo na vida. Pelo menos era o que eu pensava com muita clareza na época. Eu estava no meio da faculdade de Direito, tinha sonhos e planos profissionais a serem iniciados ainda. Um filho naquele momento fez uma reviravolta nesses planos e eu tive de colocá-los de lado até 2a ordem. Eu não contava com ajuda de ninguém e talvez por fraqueza, inexperiência, imaturidade ou falta de orientação e apoio, não consegui ser boa mãe e boa profissional simultaneamente. Até tentei por um tempo. Mas a chegada da minha filha me fez ver que eu não tinha escolha: tinha de ser mãe. Naquele momento eu pensava que filho e vida profissional eram coisas incompatíveis. Meus filhos não tinham culpa de nada. Eu é que tinha a maturidade (amadureci na marra em mto pouco tempo) para cuidar deles e discernir entre meus erros e fraquezas e a responsabilidade de longa duração que se impunha a mim naquele momento.

Foi muito difícil. Eu tinha muito medo, pavor!, me sentia frustrada, assustada, desprotegida, achava que não daria conta de tudo e, pior, eu não sabia lidar com o peso de um passo tão definitivo que é ter um filho. Eu era totalmente imatura e despreparada e não tinha como desistir, abandonar, voltar atrás. Sei que há mães cruéis o suficiente para agir assim. Eu não sou assim, graças a Deus.

Hoje, 27 anos depois, consigo olhar para esse medo tão distante no tempo e ainda tão vivo em mim que chego a senti-lo novamente, igualzinho, paralizante, mas com uma diferença: a constatação de que o loooongo e árduo caminho percorrido deu certo. Consegui cumprir minha tarefa e acho que tirei boas notas no final.

Tenho dois filhos bonitos (não só fisicamente), educados, inteligentes, companheiros, amigos, interessados, cuidadores, bons profissionais, esforçados. Vão me substituir muito bem nesse mundo. Por todos esses anos eles foram a razão da minha existência. Já são independentes nas coisas práticas da vida mas continuamos unidos por um amor imenso. Eles são as únicas pessoas no mundo em quem eu confio e sei que posso contar.

Criar um filho, ter alguém cujo destino e formação depende apenas de nós é um exercício diário de amor, doação, tolerância, desprendimento. Educar nos humaniza, nos deixa menos egoísta, nos faz entender que tudo na vida tem dois lados (só 2?) nos dá paciência e muita, muita sabedoria. Eu quase não tenho experiência profissional, mas tenho muita experiência de vida, de relacionamento, de amor e doação. Sou hoje uma mulher realizada e feliz por isso.

Somente agora é que estou começando a repensar e retomar uma vida profissional para chegar até onde for possível. Com certeza não vou chegar tão longe quanto uma pessoa que sempre foi livre para exercer a profissão que escolheu. Mas sei que toda essa inteligência emocional adquirida ao longo desses anos vai me ajudar muito e qualquer que seja o grau de sucesso profissional que eu alcançar, estarei obtendo a 2a grande conquista da minha vida. A primeira foram os meus filhos.

A duras penas talvez eu ainda consiga ver que meu amigo tem razão: a gente pode sim ter tudo na vida. Talvez precisemos apenas entender que nem sempre temos tudo ao mesmo tempo, mas cedo ou tarde, o que é nosso vem até nós... Não é, Beto?





sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Notas da Sinfonia

Tadinho do meu blog... anda tão abandonado.....
Tenho estado muito ocupada por causa do trabalho e nem tenho tido tempo de me aprofundar nos meus pensamentos e sentimentos. A vida faz a gente ficar um tanto reativa não é?
Sinto muita falta de elaborar melhor minhas ideias, de refletir sobre o que leio, sobre as conversas com pessoas inteligentes.
Mas uma ideia me surge agora.
Recebi de um amigo um texto, uma reflexão sobre os diversos tipos de seres existentes: o texto é relativamente longo, mas vou resumir: começa falando sobre o vento que é apenas a expressão da energia, que de certa forma pode ser traduzida como "vida". Depois, os animais que são reféns dos seus instintos, não possuem liberdade para escolher como agir pois não compreendem as leis que regem suas vontades. A seguir passa para o homem que, ao contrário dos animais, consegue abstrair e se ver de fora, analisa seus instintos e consegue compreender melhor a sua existência e tem a liberdade de escolher como agir (livre-arbítrio). Em seguida vem um anjo que representa o meio do caminho da evolução entre homem e Deus. Nem preciso dizer que, ao refletir sobre Deus, o texto termina concluindo que todos somos partes necessárias de um universo, dirigido com harmonia tal qual uma sinfonia que possui notas mais altas e notas mais baixas na escala da evolução.
Achei muito interessante.
Esse texto me fez pensar numa questão que tem me deixado bastante incomodada ultimamente: a educação, o berço. Tenho encontrado pessoas muito diferentes na escala da "evolução educativa". Mas infelizmente as menos evoluídas parecem ser a maioria. Tive a infelicidade de topar com um exemplar da espécie recentemente. Um sujeito que só olha o próprio umbigo, acha que o mundo conspira contra ele, que não é responsável, confiável, não é sério, muito menos educado. Trata as pessoas com ironia, fala mal pelas costas, "se acha". Que deselegância! E ainda por cima se propõe a tratar com pessoas, ter uma equipe sob seu comando. Quanta pretensão! Todos se afastam dele, e com razão. Não vou ficar falando desse infeliz. Ele ainda tem muito a evoluir e isso só vai ocorrer se ele se der conta de que precisa melhorar para conseguir sobreviver decentemente no meio das pessoas. Hoje vi na TV uma reportagem sobre o mal que um chefe pode causar nos seus subordinados. Vai desde problemas cardíacos, depressão, insônia e muitos outros. Por que será que a ganância e a vaidade e seja lá o que mais, têm de falar mais alto?
A gente tem de se acostumar e respeitar a diversidade, mas às vezes é difícil pensar como no texto que li, segundo o qual pessoas assim também são necessárias para formar o conjunto das notas da sinfonia do universo... São os anti modelos, que não deixam de ser modelos de alguma coisa. Eu hein?

domingo, 15 de novembro de 2009

Olhos de Gato

De repente, no meio da multidão, um par de lindos olhos verdes emoldurados por longos cílios negros (occhi di gatto!) pousam sobre mim e colam no meu corpo, na minha alma... Foi mágico.

Quando é que eu poderia imaginar? Um olhar assim apaixonado e encantador me acompanhou durante toda a tarde e me fez muito feliz. Trouxe de volta a alegria e a vida.

Foi tão intenso que me deixou tímida, sem jeito, eu parecia adolescente. Mas adorei, principalmente pelo significado do acontecido.

Eu estava há tempos amargando o fim de uma relação que foi muito difícil, sofrido, triste. Esse olhar intenso e lindo simbolizou o fim desse luto. Se eu estivesse com cara de sofrimento, de amargura ou outra coisa ruim, eu não teria sido notada no meio de tanta gente, de forma tão apaixonada. Se isso aconteceu, foi por que eu estava emitindo luz (Lúcia vem de luz, né?...). E independente de qualquer coisa que aconteça, isso já foi, para mim, o primeiro passo de uma nova fase na minha vida: de leveza, de alegria, de confiança nas relações e no amor.

Estou muito feliz por viver algo assim.

Um beijo aos olhos verdes. Além de lindos vcs me curaram!


sábado, 7 de novembro de 2009

Rodei a Baiana

Pois é...

Olha só como é a vida........

Foi só eu escrever aqui sobre os infelizes que acham que o mundo lhes deve satisfação e que todas as pessoas não fazem mais nada além conspirarem contra a sua pessoa, que topei com um assim. Parece que foi para por à prova a minha capacidade de entendimento, tolerância e respeito ao próximo.

Fui exposta a uma situação bastante constrangedora de ser questionada e acusada diante de terceiros e em altos brados sobre algo que não havia feito nem dito. Pura agressividade e falta de boas maneiras! Já não era a primeira vez que essa pessoa pequena e sem educação me tratou assim e dessa vez resolvi enfrentar. Não aguentei. Insurgi contra o meu agressor com toda a razão que julgava ter, fazendo com que ele engolisse as palavras e ficasse quieto ou, no mínimo, se surpreendesse e parasse pra pensar. Quem fala o que quer, ouve o que não quer!

Detesto esse tipo de situação e normalmente fujo para me preservar, pois tenho medo da minha própria agressividade. Mas pude perceber que isso não é saudável. Guardar para mim a minha raiva e indignação e não falar o que penso no quente da situação é péssimo. Dá dor de barriga e demora a passar. Ao reagir, saí leve, de consciência tranquila e confiante de que nada do que disse pode ter sido tão fora da realidade apesar da mente turvada pela raiva.

Foi uma evolução pessoal, um marco para mim. Educação demais às vezes atrapalha e a gente tem de saber rodar a baiana quando é preciso.

Já recebi um pedido de desculpas (obviamente não foi do infeliz que provavelmente continua achando que pode falar tudo o que quer) e tive apoio de outros ouvintes. Para mim, basta isso como feedback.

Esse sujeito está fadado a ficar só na vida, pois todos vão um dia perceber sua pequenez e virar as costas pra ele. Isso só vai mudar (se for o caso) no dia em que a solidão o incomodar e ele tomar consciência de que, se todos se afastam dele, a razão não está nos outros, mas sim nele próprio. Nesse momento, para manter uma vida social minimamente civilizada, ele vai ter de aprender e praticar boas maneiras, tolerância, autocontrole, civilidade e, principalmente, vai ter de aprender a ter contenção verbal. Nessa hora ele vai notar que o mundo trata muito bem quem é educado, gentil e pratica o amor.

Para terminar copio aqui um poema que recebi de um amigo:

Maneiras

As pessoas possuem um infindo espectro de maneiras

Algumas são repletas de sutileza, interesse e sofisticação

Outras são supérfluas, prepotentes e repletas de asneiras

Enquanto outras vagam entre esta e aquela, perdidas na indecisão


As primeiras são como refinados diamantes

Pois suas curiosidades possuem a firmeza de seguir aprendendo

E as suas sofisticadas linhas provocam um frenesi alucinante

Que incita os convivas ao prazer de com eles continuar convivendo


As segundas são como um novo produto que invade o mercado

Pois normalmente chegam carregados de atributos interessantes

Mas que em segundos tornam-se obsoletos, perdem o brilho e são ignorados

Transformando-se em apenas mais uma peça num fluxo itinerante


As outras por serem ora um novo produto, ora um diamante

Possuem a angústia conflitante de todos os seres indecisos

E essa atitude inconsistentemente mutante

Faz com que o convívio seja mais um suplício do que um paraíso


A beleza do diamante é que sua estima está sempre valorizando

O desalento do produto de mercado é que ele rapidamente perde o valor

Enquanto que o indeciso vaga na balança entre o definhando e o prosperando

Ah Vida! Opções, pessoas, estilos, gostos e desgostos. Esplendor! (Tadany – 17 05 08)







quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Auto Conhecimento e Amor

Hoje estou mais tranquila de tempo e por isso posso relaxar e deixar o meu coração "falar" alguma coisa.

Desde que criei esse blog alguma coisa mudou em mim. Tenho o agradável compromisso de postar algum texto de quando em quando para não deixar o blog sem "assistência". É como uma planta que precisa ser regada para não secar ou um filho que precisa de atenção e alimento. Essa obrigação está me fazendo ficar mais atenta às coisas que me acontecem no dia a dia, pois tudo pode ser tema a ser desenvolvido: desde uma conversa com as amigas na esteira da academia, uma atitude de um colega do trabalho, um olhar que nos paralisa por alguma razão, um livro, uma notícia de jornal, etc. É como se uma outra Ana Lúcia andasse perto de mim com um caderninho na mão anotando temas para escrever. Muito divertido!

Com isso estou mais atenta à minha rotina e percebendo melhor o que acontece à minha volta. Eu passava pelas coisas meio no automático, sem dar muita importância e agora estou prestando atenção ao que sinto quando vivencio cada um desses estímulos. Estou gostando disso. Os terapeutas talvez digam que esse é exercício para o auto conhecimento. Nada mal... mais fácil do que eu imaginava.

Li certa vez num livro que a autoconsciência é a origem das mais altas qualidades humanas. A nossa capacidade de nos vermos do exterior é a característica que nos distingue dos animais. Podemos nos ver como os outros nos vêem e sentimos empatia, ou seja, somos capazes de nos colocarmos no lugar do outro e imaginar como nos sentiríamos e o que faríamos se fôssemos ele. Essa aptidão constitui os rudimentos da capacidade para amar ao próximo, ter sensibilidade ética, considerar a verdade, criar a beleza, dedicar-se a ideais e morrer por eles, se necessário. É isso mesmo!

É muito fácil de ver quem tem e quem não tem essa aptidão. Há pessoas que acham que o mundo deve servi-las, que tudo acontece em função da existência delas. Vivem como se fossem vítimas das "maldades" alheias. Essas pessoas são vingativas, mal humoradas, birrentas, reclamonas. São sempre abandonadas, ninguém as quer por perto. E elas vão ficar sozinhas, queiram ou não queiram!

Já aquelas que ouvem com atenção os dois lados, que são educadas e capazes de falar sem agredir o outro só por que ele tem uma opinião diferente, são queridas e agradáveis. Nunca estão sozinhas ou pelo menos são bem recebidas onde quer que estejam, encontram conforto enquanto passam pela estrada da vida.

São as relações interpessoais que nos fazem crescer, que nos ensinam a amar. E o amor é cola que nos une aos outros, a nós mesmos e a Deus.

Bjs


domingo, 1 de novembro de 2009

Bastardos Inglórios


Olá!

O último filme do Tarantino, Bastardos Inglórios, é muito bom!!! Até o título, meio estranho, combina com o filme. Alguém pode me explicar o por quê da palavra basterds e não bastards no título? No meu dicionário não existe basterd com e.

As cenas são caprichadas nos figurinos (anos 40), nos cenários, a música é linda, os diálogos são irônicos, inteligentes. As atuações são primorosas, com destaque para um ator austríaco chamado Christoph Waltz que eu nunca tinha ouvido falar, mas que já é inesquecível por esse papel. A primeira cena é de tirar o fôlego. E o Brad Pitt, com sua cara de Don Corleone com sotaque caipira americano, está impagável.

Eu não sou tão entendida em cinema para captar as referências de filmes antigos que estão contidas no filme, mas sei que elas existem. E são aproximadamente 40 filmes "citados", segundo pesquisei num site especializado. Tarantino é um cinéfilo. Tanto que a última cena se passa num cinema e é muito boa! Vingança pura, bem ao seu estilo (quem se lembra de Kill Bill?).

Adorei! Vale a pena assistir.

Bjs
Ana



quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Aos meus amores

Um dos livros mais lindos que li recentemente tem um parágrafo que traduz com muita sensibilidade uma das maiores dores que sentimos quando nos relacionamos com alguém: a dor da perda de um amor.

"Quem nunca sofreu por amor nunca aprenderá o que é amar. Amar é o terror de perder o outro, é o medo do silêncio e do quarto deserto, de tudo o que se pensa sem poder falar, do que se murmura a sós sem ter a quem dizer em voz alta. É preciso sentir esse terror para saber o que é amar. E, quando tudo enfim desaba, quando o outro partiu e deixou atrás de si o silêncio e o quarto deserto, por entre os escombros e a humilhação de uma felicidade desfeita, resta o orgulho de saber que se amou". (Rio das Flores, Miguel Souza Tavares)

Ninguém é obrigado a ficar com ninguém se não quiser. Cada um tem um estoque de amor a dar ao outro e é aí que reside a grande dor. Há sempre um que será deixado pra trás com seu amor ainda vivo, válido, disponível e forte e que terá de engoli-lo de volta e digeri-lo até a última gota, sozinho. Sozinho... Esse processo dói profundamente. Eu vivi isso recentemente e sei bem como é. Chega a ser cruel.

O mais difícil nesse doloroso processo é separar as coisas. A saudade dos momentos bons surge a toda hora, com uma música, um perfume, uma cena de um filme e a gente esquece que a relação já não estava boa e por isso terminou. As lembranças queimam como fogo e temos de suportá-las com coragem por que se não elas não nos deixam em paz. É preciso viver esse luto até o fim, como uma vela que se apaga depois de toda consumida. Nao adianta tentar acelerar o processo por que ele não acontece no ritmo que desejamos. Ele tem ritmo próprio e só o tempo vai determinar qual é. Não adianta fugir. Aliás, é melhor nem tentar, por que qualquer desvio ou distração, só irá prolongar a agonia. O jeito é aguentar firme, com muita coragem e confiança.

Mas um dia essa dor se acalma, as lágrimas secam e nem que a gente tente, não consegue mais chorar o fim desse amor. Tudo se encaixa milagrosamente em seus devidos lugares, nas suas devidas proporções. A gente passa a enxergar a pessoa amada do tamanho que ela terá nas nossas lembranças para o resto da nossa vida. Será que isso é o que as pessoas chamam de perdão?

Acho que sim.

É o perdão pelas deficiências do outro. Temos de reconhecer que ele deu o que tinha de melhor e que foi muito, muito bom. E também é o perdão por nós mesmos, que, se queremos mais ou diferente do que estamos recebendo, isso não é um problema a ser creditado a ninguém. Não há nada de errado em nossa maneira de sentir, pois ela é a nossa essência, a nossa alma, que não pode estar errada e tem de ser ouvida e respeitada. Não cabem julgamentos pois não se trata de estarmos certos ou errados. Isso é amor e respeito pelo outro e principalmente por nós mesmos.

Todos aqueles que amei um dia (amo até hoje!) são partes de mim e me fizeram chegar onde estou hoje. Cada um deu a sua contribuição ao meu crescimento e, modéstia à parte, gosto do resultado! Só posso agradecer a vocês e a Deus por ter colocado pessoas tão especiais no meu caminho. Vocês serão sempre meus amores.

Tenho confiança de que pessoas muito bacanas ainda vão surgir na minha vida.
A minha liberdade está na minha capacidade de amar, independente do que receber de volta.

Com carinho,
Ana







segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Bodas de Ouro


Olá!!!

Neste fim de semana fui a SP para participar da festa de 50 anos de casados de meus tios muito queridos. Foi uma linda missa e um delicioso almoço num restaurante que eu adoro, o Don Carlini. Tudo muito chique, desde a decoração, música, o atendimento, a comida etc. Mas o que foi mais lindo de ver foram as expressões de felicidade dos presentes. As pessoas da família estavam muito contentes por se reencontrarem num evento tão alegre (não sou só eu que amo esses tios de todo coração: eles são padrinhos de casamento ou batismo da maioria dos presentes, meus inclusive!). Revi gente que praticamente não conhecia, apenas sabia da existência. Adorei!

Infelizmente eu não terei mais tempo de viver um dia desses, de comemoração de 50 anos de casada. Por razões que não vêm ao caso, terminei meu casamento no momento em que chegava aos 23 anos. Mas continuo admirando profundamente aqueles que tiveram e têm a sabedoria para viver com dignidade uma união duradoura e feliz. Eu ainda acredito na parceria, na união, na cumplicidade, no cuidado, no respeito, no carinho e principalmente no amor. Isso tudo sempre pode existir, mesmo nos dias de hoje em que esses valores andam tão tênues e as pessoas estão tão defensivas e com medo umas das outras.

Um dos momentos de bastante emoção foi a exibição de fotos deles e da família num telão. Foram 50 anos revividos ali, bem na nossa frente, que trouxeram antigas lembranças das vidas de cada um dos presentes. Me emocionei de rever meus filhos pequenos no meu colo e meu querido pai em uma das fotos. Quanta saudade!

Na hora de ir embora, minha tia, com tanta delicadeza e emoção me agradeceu pelos momentos agradáveis que eu teria proporcionado a eles durante nossa longa convivência. Tia, sou eu que agradeço a vocês por tanto carinho e amor que vocês sempre dedicaram a mim e a minha família.

Tia Waldice e Tio Oswaldo, que os próximos 50 anos sejam ainda mais felizes e que o exemplo que vocês são seja seguido por todos nós!
Que Deus os abençoe!

Ana

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Não é um exagero?

Olá!

Acabo de receber um email de uma amiga que está numa viagem por lugares diferentes e, pelas descrições, lindos. Ela me contou que foi conhecer um hotel (trabalho do marido, dono de uma operadora de turismo) que tem uma suíte cuja diária custa 37.000 euros!!!
Será que alguém consegue ficar zen num lugar assim????? Eu não ficaria!
Não me importam os luxos embutidos, acho um exagero em todos os sentidos!
Não me parece coerente, pelo menos comigo.

Quem concorda?

bjs
Ana Lúcia

O começo de tudo.

Olá!

Hoje estou iniciando meu blog. Nunca me envolvi com nada desse tipo e não imagino como será o dia a dia nesse meio. Espero que consiga compartilhar minhas experiências/idéias com pessoas bacanas. Acho que vai ser tudo de bom. Gosto muito de escrever (e ler também!).

Aliás, ontem, em Sorocaba, SP, assisti a uma palestra do Prof. Pasquale Cipro Neto sobre a reforma ortográfica... ou seria acordo, professor? Que delícia ouvi-lo!!! Ele é muito divertido, fala bem e manja muito de português. Adoraria ter mais contato com ele para curtir a sua cultura. Eu me encanto com a riqueza da nossa língua. Não há nada mais emocionante do que um texto bem escrito.

Ainda não absorvi todas as mudanças que teremos de utilizar para escrever, mas tenho certeza de que para uma conversa desse tipo, por escrito, saber escrever corretamente é fundamental!
Tenho até 2012 pra aprender todos os detalhes. Eu chego lá!

Até mais!

Ana Lúcia